A FORMAÇÃO DO CONCELHO DE ESPINHO
As primeiras
referências a Espinho como uma das principais estâncias balneares do país datam
da segunda metade do século XIX. Até 1855 a Costa de Espinho pertencia à freguesia de Ovar,
passando por Decreto de 24 de Outubro desse ano a fazer parte da freguesia de
Anta, concelho da Feira.
Em 23 de Maio de 1889 foi criada a Paróquia de Espinho, tendo o decreto-lei
de 30 de Dezembro de 1890, publicado no diário do Governo de 5 de Janeiro de
1891, determinado a criação da freguesia civil.
A criação do novo
concelho, com uma única freguesia, surgiu dez anos depois, em 1899, com o Decreto-Lei
de 17 de Agosto, que concretizou as pretensões da população. No ano seguinte à
emancipação administrativa, Espinho foi abastecido de água, as ruas começaram a
ser limpas e arborizadas, concretizou-se o alargamento das passagens de nível e
o arranjo da escola Conde Ferreira. A Planta desenhada em 1900 pelo Eng.
Bandeira Neiva continua a ser um dos maiores patrimónios de Espinho,
conferindo-lhe uma singularidade tal, que os números dão “nome” às ruas.
Com a abertura da linha
do caminho-de-ferro do Norte, o novo meio de transporte alterou por completo o
quotidiano da estância balnear: atraiu mais população; fixou novas indústrias
e, consequentemente, aumentou os postos de trabalho; criou novas oportunidades
ao nível dos serviços e do comércio; ligou Espinho aos principais centros
populacionais portugueses e também à vizinha Espanha; foi um elemento essencial
para a mobilidade de pessoas e bens, designadamente dos vilegiaturistas que todos
os anos voltavam a Espinho. Verdadeiro ex-libris do concelho, a praia de
Espinho teve um rápido desenvolvimento, tornando-se um pólo fundamental de
atracão turística e uma referência para toda a região.
Em 11 de Outubro de 1926, e por força do
Decreto-Lei n.º 12437, publicado pelo Governo Provisório chefiado pelo general
Óscar Carmona, concretizou-se o alargamento do concelho às freguesias de Anta,
Guetim, Paramos, Silvalde, Esmoriz, Oleiros e Nogueira da Regedoura, processo
que decorreu de uma consequência natural da dinâmica da vila e do seu
desenvolvimento turístico e económico como unidade administrativa comum, sendo
promovido à categoria de concelho de “segunda classe”. Em Abril de 1928 o
Decreto-Lei n.º 15395 desanexou as freguesias de Esmoriz, Oleiros e Nogueira da
Regedoura, fixando os actuais limites do concelho. A 16 de Junho de 1973 a Vila de Espinho foi elevada à categoria
de cidade e as freguesias de Anta e Silvalde à categoria de Vila, em 27 de Maio
de 1993 e 1 de Julho de 2003, respectivamente.
A identidade do território
espinhense extravasa a orla marítima e percorre um conjunto de lugares com
características muito próprias, assentes numa tradição cultural singular que
remonta a um passado longínquo e do qual a ruralidade se assume como um factor
coevo de ligação entre a terra e o mar.
Composto na actualidade
por quatro freguesias (Espinho, Anta/Guetim, Paramos e Silvalde), no âmbito da
Lei n.º 11-A/2013 de 28 de Janeiro, o concelho de Espinho apresenta uma
economia basicamente assente nos sectores secundário e, sobretudo, terciário. O
tecido industrial integra algumas empresas sediadas em várias freguesias e
apostadas na peculiaridade e internacionalização dos seus produtos e na procura
de novos mercados.
Um conjunto vasto de
património histórico, com destaque para a componente arqueológica, religiosa e
civil encontra-se em todo o concelho. O Museu, a Biblioteca Municipal e o
Centro Multimeios são equipamentos dinamizadores de muita da atividade cultural
e científica que se produz anualmente no município.
Do ponto de vista
desportivo, a cidade tem uma história muito rica, continuando a promover tudo o
que é desporto. O Oporto Golf Club, a Nave Polivalente, o Complexo de Ténis, as
Piscinas e um conjunto de infraestruturas desportivas espalhadas por todas as
freguesias, permitem aos espinhenses e àqueles que nos visitam a prática de
diversos desportos.
Com o decorrer dos anos
o movimento associativo foi ganhando mais força. Surgiram associações das mais
variadas índoles: culturais e recreativas, religiosas e desportivas,
mutualistas e assistenciais, políticas e patronais. Foram no passado, e
continuam a ser no presente, o grande motor de toda a vida social, cultural e
desportiva do concelho.
Armando Bouçon
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