CASTRO DE OVIL
O projeto de
investigação “O Castro de Ovil e o povoamento da região de Espinho da
proto-história à romanização”, da responsabilidade de Jorge Salvador e António
Manuel Silva, remonta a 1994 e enquadrou o minucioso trabalho de escavação
daquela estação arqueológica, permitindo caracterizar um pequeno povoado da
idade do ferro com origem no final do século IV ou no início do século III a.C.
Implantado
numa colina de baixa altitude que se sucede à planície litoral, a estruturação
defensiva deste Castro está assente num largo e profundo fosso sem
amuralhamento pétreo, constituindo um caso bastante raro no âmbito da cultura
castreja do noroeste peninsular.
O povoado
desenvolve-se em núcleos habitacionais compostos por várias estruturas de pedra
xistosa que definem casas de plantas circular, por vezes dotadas de vestíbulo
ladeando simetricamente a entrada. O espólio exumado é constituído
maioritariamente por pequenos fragmentos de cerâmica que por vezes permitem a
reconstituição de panelas, púcaros, potes ou talhas, que espelham bem o trem de
cozinha, serviço, transporte e armazenamento das populações dos finais da idade
do ferro da região. Para além da olaria, ocorrem achados que testemunham a
prática da fiação e tecelagem, a pesca ou a caça. O estudo das ânforas permitiu
documentar o abandonado do povoado durante a intensificação do processo de
romanização da região, ocorrido no início do século I depois de Cristo.
O local
viria a ser referenciado durante os séculos X a XII e alvo de uma contenda pela
sua posse entre o rei D. Dinis e o Mosteiro de Pedroso.
Em 1836,
Francisco Pinto Henriques de Meneses, morgado de Paramos, fundou a Fábrica de
Papel Castelo, que fazia o aproveitamento hidráulico da ribeira de Riomaior.
Para além da fábrica são ainda visíveis os espande de secagem, uma casa rural e
um moinho de rodízio.
Jorge Salvador
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