segunda-feira, 18 de setembro de 2017

CASTRO DE OVIL
O projeto de investigação “O Castro de Ovil e o povoamento da região de Espinho da proto-história à romanização”, da responsabilidade de Jorge Salvador e António Manuel Silva, remonta a 1994 e enquadrou o minucioso trabalho de escavação daquela estação arqueológica, permitindo caracterizar um pequeno povoado da idade do ferro com origem no final do século IV ou no início do século III a.C.
Implantado numa colina de baixa altitude que se sucede à planície litoral, a estruturação defensiva deste Castro está assente num largo e profundo fosso sem amuralhamento pétreo, constituindo um caso bastante raro no âmbito da cultura castreja do noroeste peninsular.
O povoado desenvolve-se em núcleos habitacionais compostos por várias estruturas de pedra xistosa que definem casas de plantas circular, por vezes dotadas de vestíbulo ladeando simetricamente a entrada. O espólio exumado é constituído maioritariamente por pequenos fragmentos de cerâmica que por vezes permitem a reconstituição de panelas, púcaros, potes ou talhas, que espelham bem o trem de cozinha, serviço, transporte e armazenamento das populações dos finais da idade do ferro da região. Para além da olaria, ocorrem achados que testemunham a prática da fiação e tecelagem, a pesca ou a caça. O estudo das ânforas permitiu documentar o abandonado do povoado durante a intensificação do processo de romanização da região, ocorrido no início do século I depois de Cristo.
O local viria a ser referenciado durante os séculos X a XII e alvo de uma contenda pela sua posse entre o rei D. Dinis e o Mosteiro de Pedroso.
Em 1836, Francisco Pinto Henriques de Meneses, morgado de Paramos, fundou a Fábrica de Papel Castelo, que fazia o aproveitamento hidráulico da ribeira de Riomaior. Para além da fábrica são ainda visíveis os espande de secagem, uma casa rural e um moinho de rodízio.
Jorge Salvador





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