IGREJA MATRIZ DE ESPINHO
A sua construção foi iniciada em 6 de
Junho de 1901. O padre Manuel Nunes de Campos, presidente da Junta, foi um dos
grandes impulsionadores da obra. Em 1903 a paróquia foi entregue ao padre
Joaquim Teixeira da Silva Amaral, que continuou a obra do seu antecessor.
O primeiro projecto de construção foi
reprovado pelo Governo Civil. Posteriormente foi lançado um concurso público,
também anulado devido aos protestos de alguns concorrentes. Fazendo face a este
impasse, o industrial Henrique Brandão (vogal da Junta), ofereceu uma planta/projecto elaborada pelo Arquitecto Adães Bermudes (1864-1948). A empreitada foi entregue a Joaquim Oliveira
Barbosa, de Ramalde. Foi benzida pelo Padre Amaral em 29 de Junho de 1916.
A igreja
compõe-se de larga nave, precedida de átrio que corresponde à torre, de
transepto não saliente, capela-mor rectangular que é envolvida pelas
sacristias. A nave divide-se em três ramos, com flancos em forma de arcos,
repartidos em duas zonas, a de baixo em função de capelas e a de cima na de
tribunas. O trabalho de marcenaria do altar-mor foi entregue a Alberto de Sousa
Reis.
Como escultura mais importante salienta-se o Cristo-crucificado, em
tamanho quase natural, de madeira policromada, da autoria do Prof. Teixeira
Lopes (1860-1943). Esta peça tem como fundo uma tela do Prof. Joaquim Lopes,
representando o motivo tradicional das Almas
do Purgatório. As imagens exteriores da torre, esculpidas em granito,
representam a Fé e a Esperança e são de autoria de António Cardoso.
Os pequenos vitrais das janelas foram
executados em 1949 no Porto e resultam de um trabalho conjunto de Silvério
Vaz e do arq. Inácio de Sá. Podemos considerar a estrutura arquitectónica da
igreja Matriz de Espinho pertencente a um estilo neo-romântico, muito usual na
época.
In GONÇALVES, A. Nogueira - Inventário Artístico de Portugal - Distrito de Aveiro, Zona Norte. Edição da Academia Nacional de Belas-Artes, Lisboa, 1981.
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